terça-feira, 5 de outubro de 2010

reserva xavante


O povo Xavante há muito vive nas terras do Mato Grosso. Se autodenominam A’UWÊ UPTABI, povo verdadeiro. Antigamente eles tinham hábitos semi-nômades, porém com a redução das áreas de Cerrado eles sentiram a necessidade de se fixar. Na década de 80 o território Xavante foi demarcado com a finalidade de preservar a vegetação e os costumes e tradições dessa população indígena. 



              Essa reserva, denominada de reserva  Xavante do Rio das Mortes, possui 320.000ha e é uma das maiores reservas do país. Nela vivem aproximadamente 13.000 pessoas divididas em mais de 70 aldeias. A reserva Xavante do Rio das Mortes teve o contato mais tardio com o homem branco e é dividida em cinco aldeias: Wede’rã, Tanguro, Caçula, Água Branca e Pimentel Barbosa. A cultura e tradição são transmitidos e preservados por meio da educação tradicional. As aldeias Xavantes estão sempre localizadas próximas de rios e as casas são dispostas em forma de meia-lua. Nelas vivem famílias de aproximadamente 20 pessoas, tendo a porta sempre voltada para o leste. A estrutura das ocas é contruída pelos homens com madeira do cerrado, e a cobertura é feita pelas mulheres com folha de piaçaba.


            Os Xavantes possuem dois clãs complementares: o Öwawê (rio grande) e o Poreza’õno (girino). O filho sempre será do clã do pai e só poderá se casar com uma pessoa do clã complementar. As mulheres da aldeia ocupam-se com trabalhos artesanais (colares de capim-navalha, esteiras de dormir, cestas de buriti), coleta de frutos e raízes do cerrado e roçado. Os homens são responsáveis pela fabricação dos equipamentos utilizados na caça e pelos rituais. A caça é um fator de grande importância, pois é o que garante a alimentação protéica das famílias.



            Segundo o cacique Sipassé (um dos poucos da aldeia que fala o português),  os índios xavantes costumam caçar num raio de 15 km da aldeia. Isto acaba por causar uma grande pressão nestes locais, reduzindo as populações dos animais.  


                                                             Cacique Sipassé 

Além disso, outro fator responsável pela diminuição desta popoulação é a grande extensão de fazendas ao redor das reservas. E por isso (dentre outros motivos) a convivência dos fazendeiros e dos povos indígenas não é muito pacífica.
Diante de tamanha pressão sobre seu ambiente natural, esse povo luta pela preservação e sobrevivência de seu povo e sua cultura. Buscam preservar seus hábitos e transmiti-los para suas crianças.





Cabe a nós encontrarmos o nosso papel diante da importante presença e manutenção da cultura desse povo, que são as nossas raizes.










Um comentário:

  1. Caramba, Natália, não sabia desse seu talento antropológico! que lindo! AMEI essa última foto! Poxa, muito legal o trabalho todo, parabéns!
    Beijo!
    Lilian

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